Além da toca do coelho

O filme de Tim Burton é uma das estreias mais aguardadas do ano aqui no Brasil. Mas a história de Alice vai muito além da toca do coelho. Veja a trajetória de Alice antes de chegar nas mãos do irreverante diretor.

A obra do reverendo e escritor Charles Lutwidge, mais conhecido pelo seu pseudônimo de Lewis Carrol, publicada em 1865, já foi de imediato um estrondoso sucesso. Lido pela rainha Vitória (1819 – 1901), inspirou uma geração de jovens escritores como Oscar Wilde (1854 – 1900). O que pouca gente sabe é que Alice no País das Maravilhas vai muito além da história de uma menina perdida na toca do coelho. Ela revela detalhes sobre a Inglaterra do século 19, como a violêcia imposta pela rainha de copas, e aspectos da vida do próprio autor, como o gosto por charadas e enigmas.

A obra logo chegaria ao cinema. Foi lançado pela primeira vez como um curta-metragem mudo dirigido por Cecil Hepworth, em 1903 na Inglaterra, e logo teve inúmeras versões. Dentre as mais populares está a animação lançada pelos estúdios Walt Disney, em 1951, considerado um dos clássicos do estúdio. Mas a obra literária mais nonsense já tem sua nova versão cinematográfica. O responsável da vez é o irreverante Tim Burton, diretor de filmes como Beetlejuice (1988) e Edward Mãos-de-Tesoura (1990). O filme começou a ser rodado em maio de 2008 e estreou dia 5 de março de 2010 nos Estados Unidos, pelos estúdios Disney. A diferença não está só no diretor, está também na história. O filme será uma espécie de sequência do original. Dessa vez, Alice tem 19 anos e descobre que está prestes a ser pedida em casamento. Desesperada, ela foge seguindo um coelho branco, e vai parar no País das Maravilhas, local que visitou há treze anos mas não se lembrava mais. No elenco estão Mia Wasikowska, como Alice; Helena Bonham Carter, como a Rainha Vermelha; Anne Hathaway, como a Rainha Branca; Michael Sheen, como o Coelho Branco; e o inseparável amigo de Tim, Johnny Depp, como o Chapeleiro Maluco. Além de nomes como Christopher Lee e Alan Rickman.

Mas por que Alice, Tim? Em uma entrevista concedida ao site Folha Online, Tim Burton justificou porque decidiu adaptar “Alice” para os cinemas. “Para mim, fantasia sempre foi uma forma de explorar a realidade. Por isso gostei tanto de ‘Alice’, uma história em que imagens bizarras criadas pela mente são, no fim das contas, reais e servem para lidar com questões concretas. (…) Existiram 20 e tantas versões dele e nenhuma delas jamais se conectou comigo“. E parece que deu certo. De acordo com o Box Office Mojo, em três dias, a fantasia arrecadou 116.3 milhões de dólares nos Estados Unidos. A estreia foi a mais lucrativa já ocorrida no mês de março. E Tim Burton não para por aí. Depois de “Alice no País das Maravilhas”, ele já confirmou a direção de “O Mágico de Oz” e “A Família Addams”.

“Alice no País das Maravilhas” chega aos cinemas brasileiros no dia 21 de abril.