A TV Digital chega a passos lentos a casa dos sergipanos
22/07/2010 21:50
[Por Suyanne Cunha ]
Ainda hoje, mesmo com a chegada de tantas novas tecnologias, a TV é o meio de comunicação mais vendido e querido no Brasil. Ninguém pode questionar. Chegar em casa, sentar no sofá ou deitar na cama e não ligar o aparelho é quase algo inimaginável. Ficar um dia sem ouvir e ver suas notícias, seus programas de entretenimento e até mesmo as propagandas, já virou algo mais que rotineiro: fundamental. Segundo o IBGE, extima-se que cerca de 90% das residências, possui pelo menos, um televisor.
Agora, esse aparelho ganhou uns toques a mais. Segundo os anuncios: “uma nova maneira de ver televisão”. O grande responsável por esse acontecimento, é o advento da transmissão em HDTV, ou seja, a chegada da TV em alta definição.
Na TV Digital, a transmissão do áudio e do vídeo passa a ser feita através de sinais digitais que, codificados, permitem um uso mais eficiente do espectro eletromagnético, devido ao aumento da taxa de transmissão de dados na banda de frequência disponível. Agora, será mesmo que o povo entende ou se interessa pelo o que acontece para se obter estes tais sinais em sua televisão? Será mesmo que a massa, a grande maioria da população sergipana vai realmente se preocupar se o sinal da sua TV é digital ou analógico? Respondo-lhes: Não. A graça da TV é a junção da imagem com o som, e isso sempre nos satisfez. Não é porque não temos uma imagem super limpa e bem definida ou um som de cinema, que vamos correr por aí atrás dessa nova tecnologia. Digamos que é algo supérfluo demais para virar necessário e urgente para a vida das pessoas.
A promessa de uma futura interatividade, o acesso a mais alguns canais e uma alta resolução da imagem, de 400 x 400 pixels para 1920 x 1080 pixels, tendo o pixel como menor ponto que forma uma imagem digital. Imagine que no lugar de quatrocentas fotos 3x4, agora você terá mil novecentos e vinte fotinhas dessas juntas, fomando uma só imagem, é assim que ela se torna cada vez mais definida. Mas parece que essas ofertas ainda não encantam tanto assim os telespectadores sergipanos.
Um motivo bastante claro desse desânimo para se obter essa nova tecnologia é o seu custo. Já que, para receber em sua casa o tal sinal digital, você deve adquirir uma TV nova que já tenha incorporado um conversor ou continuar com a TV velha, desde que adquira um conversor que permitirá receber o sinal digital e convertê-lo para um formato de vídeo e aúdio disponível em seu receptor de TV. Essa segunda opção pode até parecer mais prática, porém não tão barata. Esses conversores podem ser encontrados a preços que variam entre R$ 460 e R$ 1200, um tanto quanto pesado para a grande maioria dos orçamentos dos sergipanos de classe média, imagine da classe ainda mais baixa.
Com uma média salarial de R$ 693,59 por mês, R$ 123,11 a menos que a média do país, os sergipanos não se vêem muito dispostos, ou vê necessidade de trazer para suas casas essa nova tecnologia. E ainda existe uma terceira opção. Continuar com sua TV e continuar vendo as imagens e sons de modo analógico, como fazendo há muitos anos, e sem reclamações.
Parece que os nove milhões de reais na compra de sete toneladas de máquinas, investidos pelas emissoras, ainda iram demorar a serem recompensados. Pelo menos, se isso depender da grande maioria da população sergipana. Sim, porque como em todo lugar, sempre há uma pequena parcela da população, mais favorecida, e disposta a adquirir todo e qualquer produto lançado no mercado. Mas não são eles que elevam os números e mostram se um determinado produto está sendo aceito ou não pelo povo. Porque, para ser algo popular, como é o caso da TV, deve chegar à maioria das casas dos brasileiros, sem seleção de classe social.
Para tentar impulsionar o sistema digital, as emissoras levam ao ar uma campanha publicitária que defende a adoção do modelo, usando como argumento a qualidade do sinal e de imagem da TV Digital. Mas ainda assim, o consumidor está muito confuso. Uma ação conjunta entre as emissoras, o governo e as indústrias, sem dúvidas melhorariam a atual situação da TV Digital. Com as emissoras fornecendo o sinal digital, o governo informando, interagindo com a população e as indústrias baratiando os custos para se receber por completo o sinal digital, avançaríamos sim o processo.
Tudo que é novo causa certa estranheza e desconfiança nas pessoas, principalmente quando se trata de um avanço tecnológico. Por isso que a TV Digital deve chegar às pessoas e não nós termos que correr atrás dela. Talvez por isso o ministro das comunicações, Hélio Costa, disse que a televisão digital brasileira foi feita apenas para os próximos vinte anos.
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